A principal razão pela qual esses dois oceanos não se misturam é o istmo do Panamá, uma estreita faixa de terra que conecta a América do Norte à América do Sul. Antes do surgimento do istmo do Panamá, cerca de 3 milhões de anos atrás, as duas massas de água eram conectadas, permitindo uma mistura mais livre.
Após a formação do istmo, ocorreu um fenômeno chamado “intercâmbio restrito”. O Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico passaram a ter correntes oceânicas diferentes e características distintas. Essas correntes oceânicas transportam água, calor e nutrientes, influenciando a distribuição das espécies marinhas e os padrões climáticos em suas respectivas regiões.
No Oceano Atlântico, as águas são mais quentes devido à influência da Corrente do Golfo, uma corrente quente que flui do Golfo do México em direção ao norte do Atlântico. Essas águas quentes tornam-se menos densas à medida que se movem em direção ao norte e se misturam com águas mais frias.
Já no Oceano Pacífico, existem correntes frias, como a Corrente de Humboldt e a Corrente de California, que fluem ao longo das costas oeste da América do Sul e da América do Norte, respectivamente. Essas correntes transportam águas frias da região polar, tornando o Oceano Pacífico em geral mais frio do que o Atlântico.
Além disso, a circulação oceânica global, impulsionada por ventos, diferenças de temperatura e outras influências, também desempenha um papel na separação das águas dos dois oceanos.
É importante ressaltar que, embora existam diferenças gerais entre as águas do Oceano Atlântico e do Oceano Pacífico, há áreas em que ocorre alguma mistura, como nas regiões próximas ao Equador, onde a circulação oceânica é mais complexa.